Cidades

Profissionais da Saúde de Niterói realizam paralisação de 24 horas

Categoria cobra equiparação salarial e melhores condições do sistema público do município. Foto via Grupo Plantão Enfoco

Os servidores da Saúde de Niterói realizam nesta terça-feira (3) uma greve de 24 horas. O movimento tem como objetivo reivindicar melhores condições para os pacientes que são atendidos pelo sistema público do município e equiparação salarial dos profissionais da rede.

O presidente da Associação de Servidores da Saúde e membro do Conselho Municipal de Saúde de Niterói, César Macedo, informou que a duração da paralisação pode sofrer ajustes a partir da assembleia que será realizada nesta terça, durante vigília na Fundação Municipal de Saúde, que fica no prédio da Prefeitura de Niterói.

"Atualmente, Niterói passa por uma situação absurda. Temos números inexpressivos de leitos face a necessidade da população da cidade, que precisar percorrer quilômetros de distância para conseguir atendimentos em unidades de outros municípios. Tem um paciente com câncer, por exemplo, precisando fazer radioterapia. Ele tem que ir para Penha ou Campos para conseguir o tratamento. Quem precisa de intervenção de hemodinâmica, a alternativa é na cidade de Vassouras. Fruto direto da ausência de leito é a sobrecarga e superlotação dos serviços de urgências, tanto na unidade do Carlos Tortelly, com pacientes internados no corredor; quanto no Mário Monteiro, que pacientes passam dias na sala vermelha, enquanto deveriam estar em leitos mais qualificados", informou César.

Profissionais da saúde tem sofrido com defasagens salariais desde 2015. Foto via Grupo Plantão Enfoco

Outra luta da categoria é a salarial, em que, segundo Macedo, os profissionais da área têm sofrido defasagem ao longo dos anos. Desde 2015, a Associação dos Servidores da Saúde tenta equiparar os salários e, apesar de decisões homologadas, César explica que nunca foram praticadas.

"O município tem se recusado a cumprir as deliberações. Estamos nesse processo desde 2015. No meio do caminho, passamos por duas conferências municipais de Saúde, onde fizemos aprovar uma tabela salarial que equipararia os nossos salários. Essas nunca foram praticadas. Em 2017 a Secretaria de Saúde apresentou uma contraproposta de nova tabela salarial e desde então estamos lutando para que eles cumpram o que eles mesmos propuseram", contou.

A Associação também cobra a diferença salarial entre dois concursos lançados recentemente pela prefeitura para a área da saúde, sendo um da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e outro para a Fundação Estatal de Saúde (FeSaúde). Essa segunda, que é de direito provado, irá assumir a gestão do Programa Médico de Família e da rede de Saúde Mental.

"Atualmente, Niterói tem duas fundações administrativas de saúde, uma de direito público e outra de direito privado. A disparidade de salários é grande. Na pública, médicos de 20h e 24h, por exemplo, recebem R$2.083, enquanto na privada, foi lançado edital recentemente onde médicos de 20h recebem R$6,9 mil, e de 24h, R$8.280. Além disso, parte dos trabalhadores do Carlos Tortelly são temporários, assim como nas outras unidades. Abriram um concurso para 400 vagas, enquanto tem mais de mil pessoas empregadas temporariamente na rede de saúde municipal", concluiu.

Vigília na Fundação Municipal de Saúde

No último dia 18, os profissionais da área foram até a prefeitura para uma audiência marcada com a secretária de saúde Maria Célia, e foram recepcionados pela Guarda Municipal, que fechava a entrada do prédio. Segundo César Macedo, os servidores só foram atendidos após pressão e, apesar disso, a secretária da pasta não estava no local.

"Nos propuseram um novo encontro hoje (terça-feira, 3), com a secretária de Planejamento e de Saúde do município. Na última reunião, o diretor do RH da Fundação nos atendeu e informou que os cálculos da tabela salarial já estavam prontos, mas ainda não tinham sido apresentados ao prefeito Rodrigo Neves. Por isso, nesta terça, a partir das 15h, será feita uma vigília na Fundação Municipal de Saúde", informou.

A Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS) informou que não houve interrupção no atendimento na rede municipal. A Fundação reitera que sempre esteve aberta ao diálogo com os servidores e realiza reuniões com a categoria quando solicitado e que a proposta de tabela salarial está sendo avaliada.

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